23 de março de 2010
10 de março de 2010
Reconstrução
Acontecerá no dia 18 de março, palestra sobre “A reconstrução de Dresden” na FAU Maranhão.
Com a presença dos professores convidados Jens Brinkmann e Martin Gegner, da Universidade de Brandemburgo, Alemanha.
O evento é uma homenagem a São Luiz do Paraitinga.
4 de março de 2010
déjà vu
Ao mirar o futuro, Aécio acertou o passado
Na gravura "O quarto do arquiteto", de Lina Bo Bardi, a arquiteta do Masp criou uma cena com armário entreaberto, mesa com cadeira e uma prateleira. Os personagens são maquetes de edifícios em diferentes estilos. Uma possível interpretação irônica da obra é que os arquitetos possuem soluções guardadas nas gavetas e as utilizam conforme a necessidade. Lembro-me disso diante da nova obra de Oscar Niemeyer.
A Cidade Administrativa Presidente Tancredo Neves é composta por cinco edifícios, encomendados pelo governador Aécio Neves para reunir no extremo norte de Belo Horizonte mais de 40 órgãos estaduais. São três motivos alegados: induzir o desenvolvimento da região, diminuir despesas (principalmente aluguéis) e facilitar a gestão com a convivência entre funcionários. À primeira vista, principalmente se observado por dentro, tudo é uma maravilha: os móveis são novos, os equipamentos, sofisticados, e os espaços, confortáveis -como nas melhores empresas privadas.
Contudo, do ponto de vista arquitetônico não há novidade. O prédio mais imponente abriga o gabinete do governador. É um edifício envidraçado de quatro andares que fica pendurado por estrutura externa. Com mais graça, tal solução foi utilizada por Niemeyer há 40 anos para uma editora na Itália.
Louvando o novo prédio, o arquiteto e o calculista afirmam que ele é "o maior edifício suspenso do mundo". E daí? Eles se vangloriam como se o ineditismo técnico fosse de suma importância para o futuro da humanidade.
Gastando energia em retórica desgastada, Niemeyer deixa de lado questões atuais como a eficiência energética -o complexo tem a maior área de vidros da América Latina. Fachadas envidraçadas voltadas para as faces ensolaradas, por exemplo, é um erro primário que exigirá mais energia do ar-condicionado. Os dois edifícios maiores são destinados às secretarias. Gêmeos, eles são gigantescos e curvos -e também foram retirados das "gavetas" do arquiteto. Eles têm proporção semelhante de um hotel em Petrópolis, desenhado em 1950.
Por fim, além de um auditório pouco gracioso, o conjunto é completo por um centro de convivência, com restaurantes e lojas, que pretende substituir a rua -o espaço primordial de convivência urbana.
E é justamente aí que está o maior problema. Se a arquitetura é requentada, a ideia de pensar em centro administrativo longínquo é tão nova quanto o bonde. Urbanisticamente, é um desastre. O governo deveria permanecer na região central, renovando edifícios subutilizados e incrementando a vida urbana. Ao deixar os edifícios da praça da Liberdade para atividades culturais, serão empobrecidos o uso e a diversidade local. Se na era da revolução das telecomunicações é estranho falar da necessidade do contato físico, para ajudar a desenvolver a periferia seria mais útil financiar transporte coletivo de massa. Claro, daria mais trabalho e menor visibilidade.
Infelizmente, há 50 anos os políticos acreditam na mística de perpetuar-se com um postal de Niemeyer a fim de repetir a trajetória daquele que encomendou Pampulha e Brasília (raríssimos são os que apostam na capacidade arquitetônica de sua própria geração). Aécio Neves cometeu o mesmo erro: mirando o futuro, ele acertou o passado.
FERNANDO SERAPIÃO é arquiteto e editor executivo da revista "Projeto Design".
Folha de S. Paulo - 04/03/2010
2 de março de 2010
30 de janeiro de 2010
5 de janeiro de 2010
21 de dezembro de 2009
manifesto ampliação marginais
To: PREFEITURA DO MUNIÍCIPIO DE SÃO PAULO E GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
Nós, professores da Universidade de São Paulo, preocupados com o futuro de São Paulo, vimos por meio deste apresentar nosso total repúdio à política pública urbana que vem sendo implementada no Município, denominada “Revitalização da Marginal do Rio Tietê”, que prevê a construção de seis novas faixas de rolamento (três de cada lado) nessa via, consumindo R$ 1,3 bilhão em investimentos do Governo do Estado, da Prefeitura do Município de São Paulo, e das concessionárias das rodovias que usam o trajeto da Marginal.
Tal obra repete práticas de planejamento equivocadas, que levaram a metrópole ao colapso atual. Ao invés de reverter tal lógica, prioriza o transporte individual em detrimento do transporte coletivo, reproduzindo uma política excludente, além da triste tradição brasileira de obras vistosas que beneficiam a minoria e os setores especializados da construção civil. Ela se opõe frontalmente aos princípios de priorização do transporte coletivo sobre o individual constante do Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo e dos Planos Regionais Estratégicos das Subprefeituras.
O mais inaceitável é que os dados técnicos ratificam esta urgente e necessária priorização do transporte coletivo. A Pesquisa OD 2007, realizada pela Companhia do Metrô, mostra que: a taxa de motorização da Região Metropolitana é de menos de 20 veículos para cada cem habitantes; metade das famílias da região metropolitana não possui automóvel, parcela essa na qual se concentram as de mais baixa renda; e que um terço das 37,6 milhões de suas viagens diárias ainda é feita a pé, em função das péssimas condições sócio-econômicas da população. As viagens de automóvel correspondem a apenas 11,2 milhões, ou seja, aproximadamente 30% do total.
Se somarmos os gastos de todas as grandes obras viárias realizadas nos últimos 15 anos e daquelas previstas para o Centro Expandido da capital, aonde se concentram os estratos de maior renda, chega-se ao montante de vários bilhões de reais, valor mais que suficiente para a implantação de toda a Linha 4 – Amarela do metrô.
A Cidade do México, tomando um exemplo com alguma similaridade com São Paulo, iniciou o seu metrô na mesma época que nossa capital. Atualmente, apresenta uma rede com 202 km de extensão, face aos tímidos 61 km do metrô de São Paulo. Apesar da aceleração recente do ritmo das obras, o incentivo ao transporte coletivo é insuficiente, pois, mantendo-se o ritmo atual, serão necessários ainda assim aproximadamente 20 anos para alcançarmos a quilometragem da cidade do México.
Por outro lado, o sistema de trens, embora tenha uma quilometragem mais extensa que a do metrô, apresenta serviço irregular, com índices de conforto baixíssimos, espremendo seus usuários em uma concentração de 8,7 passageiros por metro quadrado nos trechos mais carregados no horário de pico, segundo dados da CPTM para maio de 2009. E mesmo o Metrô, que já foi fonte de orgulho quando da sua inauguração, ganhou o triste primeiro lugar em lotação entre todos os metrôs do mundo, segundo reportagens recentes.
Por fim, ressaltamos os problemas ambientais e de saúde publica resultantes dessa opção pelo transporte individual, que consome enorme quantidade de combustível fóssil, sendo que a emissão de gases poluentes por pessoa transportada é bem maior que a produzida pelo transporte público que se utiliza do mesmo combustível. Pesquisas do Laboratório de Poluição Atmosférica da Faculdade de Medicina da USP demonstram que a poluição é responsável por 8% das mortes por câncer de pulmão na cidade e que 15% das crianças internadas com pneumonia na rede hospitalar são vítimas da má qualidade do ar na cidade. Mesmo o recente Programa de Inspeção Veicular não consegue resolver esse problema em vista do crescimento da frota de veículos da metrópole que é de 10% ao ano. Além do mais, as obras da Marginal deverão ter impacto metropolitano e regional, porém foram licenciadas apenas no âmbito municipal.
Esse fabuloso investimento em um urbanismo rodoviarista em detrimento da construção de um sistema de transporte público amplo, eficiente e limpo, que atenderia à maioria da população, é um assustador retrocesso, que caminha na contramão da atual preocupação mundial com o meio ambiente. Acreditamos que as políticas públicas urbanas devam ser ambientalmente responsáveis e pautadas pelo atendimento das demandas da maior parte da sociedade. Políticas como aqui apontadas reforçam o caráter segregacionista da nossa cidade, privilegiando os estratos de maior renda e relegando a maioria da população a condições precárias de transporte e mobilidade, com danos ambientais para todos os cidadãos da metrópole. Por fim, esta obra não resolverá os problemas de transito da cidade, e muito menos da própria Marginal do Tietê.
Alexandre Delijaicov
Ana Cláudia C. Barone
Carlos Egídio Alonso
Catharina P. Cordeiro S. Lima
Eduardo A. C. Nobre
Erminia Maricato
Eugenio Queiroga
Euler Sandeville
Fábio Mariz Gonçalves
Flávio Villaça
João Sette Whitaker Ferreira
José Tavares Correia de Lira
Maria de Lourdes Zuquim
Maria Lucia Refinetti Martins
Nabil Bonduki
Paulo Sérgio Scarazzato
Paulo Pellegrino
Raquel Rolnik
Roberto Righi
Vladimir Bartalini
manifestar-se
portifólio imaginário
O PROGRESSO AVANÇA PELO ASFALTO
1 Foi-se o tempo em que a imagem do Brasil no exterior era associada a futebol, favelas, lambança, tiroteios e turismo sexual. O país progrediu, distribuiu renda, deixou o estágio degradante de produtor de matéria-prima e hoje é uma referência no combate à dengue e aos desdentados, exportando design, tecnologia, sandálias e pré-sal sem perder a malemolência.
Na gestão das cidades, a proeminência brasileira salta aos olhos. Uma solução urbana bem-sucedida em São Paulo e Belo Horizonte, por exemplo, vem sendo replicada nos quatro cantos do planeta: a cobertura dos rios urbanos com pistas de tráfego, um ovo de Colombo asfáltico que só poderia ter sido achado por conterrâneos de Santos Dumont. Superando preconceitos, a proposta inova ao conciliar a melhoria do trânsito com a requalificação da paisagem urbana, ao mesmo tempo em que faz a alegria de empreiteiros.
Mesmo na Europa, onde o peso nefasto da tradição costuma atravancar o avanço civilizatório, perceberam-se as vantagens da pavimentação fluvial. Paris, Londres, Roma, Veneza e Amsterdã renderam-se ao modelo brasileiro e hoje estão mais limpas e fluidas. As metrópoles de referência evitaram dispendiosos tratamentos dos rios e ampliaram a infraestrutura viária para atender ao aumento constante da frota de veículos - cerca de 900 carros são emplacados por dia em Londres e 600 em Paris. Vale lembrar que políticas de redução de impostos sobre automóveis, em boa hora implantadas com consultoria da equipe econômica do governo Lula, salvaram a grande indústria e garantiram a normalidade das vendas em diversos países europeus.
Adaptar as cidades à realidade hodierna não custa barato. Em Paris, a revitalização de pouco mais de 3 quilômetros do rio Sena custou 350 milhões de euros e levou dois anos para ser executada. Mas abriu dezoito novas pistas de tráfego, o que trará uma melhoria de 35% na velocidade do trânsito. O prefeito Dertrand Belanoe comemorou o sucesso do projeto já pensando no futuro: "A obra trouxe melhorias evidentes, mas não podemos nos acomodar. Temos uma perspectiva continuada de adaptação da infraestrutura urbana para as demandas contemporâneas." O prefeito estuda agora transformar as Tulherias num camelódromo.
Os eternos insatisfeitos de Paris, cidade de protestos e revoluções sanguinolentas, não aceitaram passivamente o avanço. Brandindo o surrado argumento passadista da "importância natural, simbólica e de lazer" do Sena, um grupo de manifestantes desenhou peixes sobre as novas pistas. Em texto divulgado na internet, os neoluditas atacaram: "Falta imaginação aos governantes, que poderiam investir em transporte público, sistemas de bicicletas e veículos compartilhados. O rio limpo se tornaria um atrativo turístico, com barcos, locais para caminhadas e piqueniques."
Para além dos idealismos bucólicos, vê-se que os grandes centros urbanos possuem dinâmicas complexas que demandam soluções arrojadas como as que aqui se apresentam. As novas cidades oferecem ao cidadão conforto, higiene, segurança e privacidade - tudo dentro de seu carro novo. O leitor verá em cada imagem das próximas páginas resíduos da modernidade contemporânea brasileira, e, sentindo o cheiro de asfalto, desenvolvimento, ordem, progresso e gás carbônico, dificilmente conterá o orgulho e a vibração cívica.
* Roberto Andrés - Revista Piauí
25 de novembro de 2009
24 de novembro de 2009
tim burton
vídeo criado para promover a expo do Tim Burton no MoMA, em NY, de 22 de novembro a 26 de abril. Imperdível.
9 de novembro de 2009
olhar sobre o concreto.
O documentário “Visual Acoustics” celebra a vida e a carreira de Julius Shulman, um dos maiores nomes da fotografia de arquitetura do mundo, falecido este ano. Responsável por apresentar ao mainstream americano (e ao mundo) a obra de ícones como Frank Lloyd Wright, Richard Neutra, John Lautner e Frank Gehry.
26 de outubro de 2009
Dubailand
The construction of Dubai is being completed largely by illegal immigrant workers. A hidden army of exploited immigrant workers are building Dubai's skyscrapers.
They are brought by bus into the city each day from their camps.
Visitors to the city are largely oblivious to the presence of the exploited workers, who build the hotels and shopping centres. Many of the workers put in 18 hour workdays.
Located outside the city, the camps are hidden from tourists. But on the outskirts of Abu Dhabi, turn right before the Zaha Hadid bridge and you are in the ghetto-like Mousafah where the workers dwell.
A typical meal consists of a few chillies, an onion and three tomatoes, fried with spices and eaten with a piece of bread.
In certain areas up to 20 men share a room. UN agencies estimate that there are up to 300,000 illegal workers in the Emirates.
fotos por Ghaith Abdul-Ahad
They are brought by bus into the city each day from their camps.
Visitors to the city are largely oblivious to the presence of the exploited workers, who build the hotels and shopping centres. Many of the workers put in 18 hour workdays.
Located outside the city, the camps are hidden from tourists. But on the outskirts of Abu Dhabi, turn right before the Zaha Hadid bridge and you are in the ghetto-like Mousafah where the workers dwell.
A typical meal consists of a few chillies, an onion and three tomatoes, fried with spices and eaten with a piece of bread.
In certain areas up to 20 men share a room. UN agencies estimate that there are up to 300,000 illegal workers in the Emirates.
fotos por Ghaith Abdul-Ahad
25 de outubro de 2009
mensagem olímpica
quando o telefone tocou no meio da noite Sérgio Cabral pensou que ainda estava sonhando. A sexta-feira foi de muita festa, ele tinha acabado de dormir mas resolveu atender assim mesmo.
- Cabralzinho, é o seu xará, Sérgio Bernardes. Você não imagina a festa aqui no céu com a escolha do Rio pra sediar as olimpíadas. Vinícius ta cantando até agora, Tom já escreveu várias músicas e disse que vai psicografar aí pra baixo. Até o JK e o Lacerda estavam se abraçando mais cedo. Você sabe, o Lacerda nunca perdoou o JK por tê-lo passado pra trás várias vezes mas o que ele realmente nunca aceitou foi o governo ter se mudado pro planalto central e ter deixado o Rio esvaziado. Agora a olimpíada devolve ao Rio seu lugar de destaque. Você não deve ter percebido Cabralzinho mas tem muito paulista de sorriso amarelo hoje. Aqui do lado o Ulisses, o Covas e o Montoro estão sem entender o sucesso do Lula.
-Olha Cabralzinho, a gente aqui em cima não se cansa de comemorar o nó que o Lula deu em todo mundo. Se já não bastasse botar as asinhas de fora lá em Honduras, "o cara" me arrasta o Obama para Copenhagen só pra ganhar dele, dos japoneses e dos reis da Espanha. O Nelson Rodrigues (que como eu também te carregou no colo) me disse que só em 58 viu um momento assim. A copa, as olimpíadas e esse tal de grau de investimento enterram de vez o complexo de vira-lata.
- Agora quando acabar a ressaca Cabralzinho, aproveita o que lhe resta de mandato e a alegria do povo e faz a coisa certa: concurso público pra todas as obras do Rio 2016. Dá tempo, mas tem que começar no seu mandato. Esse prefeito ai sei não, não me parece muito fã de concorrência pública, nem o Nuzman. Só você pode fazer isso Cabralzinho. Conversa com a Dilma e anuncia que todas as obras vão ser baseadas em concurso. Acerta isso com ela, vocês vão ter de trabalhar junto nisso. Enterre de vez as suspeitas levantadas em torno do Panamericano que vão se repetindo igualzinho na copa. O Bohigas fez isso em Barcelona e deu super certo, os coreanos também em Seoul. Assim você pega os projetos que vão servir melhor à cidade depois das olimpíadas. A inserção deles na malha urbana é fundamental. O Dr. Lúcio tá aqui todo feliz que a Barra vai ganhar densidade e quem sabe até transporte público decente.
-Depois de escolhidas as melhores propostas a turma de consultores vem e acerta os detalhes de programa. Isso evita que gente que não entende nada da cidade venha a fazer obras importantíssimas que vão ficar lá por décadas (arquitetura não se desmonta Cabralzinho, apesar de todos os meus esforços de uma vida nesse sentido). E evita também que os amigos dos governadores façam os projetos como está acontecendo com os estádios para a copa.
-Mas faz isso rápido Cabralzinho porque ano que vem tem eleição e com o Fluminense e o Botafogo na segunda divisão a turma vai estar preocupada com outras coisas....
por Parede de Meia
22 de outubro de 2009
Eduardo Afonso Reidy
Filme sobre a trajetória de Reidy e sua contribuição para a construção da paisagem urbana do Rio de Janeiro sob a perspectiva de uma utopia com capacidade de ação no mundo real.
Mostra Internacional de Cinema.
28/10 - quarta
Espaço Unibanco Artplex 1, às 21h30, com debate após a sessão
30/10 - sexta
Matilha Cultural, às 16h
01/11 - domingo
Espaço Unibanco Artplex 5, às 20h50
21 de outubro de 2009
8 de outubro de 2009
1 de outubro de 2009
9 de setembro de 2009
8 de setembro de 2009
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